
a profundidade dos amigos que se vão despindo do véu, é como de um poço. dele brota a água que rega o jardim, esse berço de vida; refresca com algumas gotas a esperança que acarinho de um dia ser vivo de novo sentado junto à fonte.
hoje caem dois véus, que por magníficos me dão força para pensar que em segredo o mundo vai virando os olhos ao pai.
[...]
choro a falta de densidade moral e espiritual daqueles que populam esta viela onde me sento, aprendendo.
existir fora de si mesmo é uma habilidade que o pai concede para que nos possamos julgar na balança do ser. a minha vai aparecendo quando visito o jardim. palavras de maturidade — sábias, intemporais, cuidadosas, ilustradas — vão preenchendo os ramos do meu carvalho, enraizado no coração.
o pai vê os frutos da árvore de cada um, não vê as raízes.
2 comentários:
houve um dia em que uma pessoa, incompreendida sobre o seu insucesso, questionava Deus, por que os seus braços em árvore não abunadavam em frutos...e Deus, em profunda pedagogia, creio que sem uma palavra ou expressão, carregou os seus braços de frutos, que eram bons e fartos, e pouco depois...os seus braços partiram...será este o jardim, da rosa, da couve, de tantas odes e de tantas histórias?...
... que estais sob a pena e procurais a luz, que a vontade de Deus venha em minha ajuda...
já dizia C há muito tempo.
a virtude e a humildade estão a naftalina nos dias que passam. não as noto no coração de ninguém. o orgulho e a ostentação são hoje as pretensas chaves do portão para o jardim. quão enganados andam todos.
o pai é misericordioso por nos dar o que pedimos. por mim quero sofrer em silêncio, já basta de barulho no mundo.
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