segunda-feira, 12 de outubro de 2009

segundo fôlego


sabes amado, quando o vulto se obriga a elevar, e se desprende das mordaças diárias, ruma mais uma volta à gula, depois de martirizar por mais uma semana, ao invertido convés da "canastra do fidalgo", poiso recorrente das datas nobres e soalheiras desta vida — bastião do lambareiro corpanzil —, momentos parcos de celsitude, ultrapassada que foi mais uma prova — um novo começo quem sabe. poderia o poiso ser outro, mas não deparo além melhor qual me acerque de quem já partiu, pelo cheiro do mar, e me relembre o esforço de cada passo. o fresco da peixaria e a alegria dos comensais ajuda no desprezar das gentes interesseiras que palpitam por mim.

este beco onde me encontro arejou por breves momentos, os ares da ria reformam o semblante, e o pai aviva a fé. o pecado é partilhado com a flor. abre-se uma garrafa. partilha-se uma sopinha de peixe que marca a circunstância. aligeiram-se os ambientes. desta feita, o recato de cada canto ajuda a abordar cada assunto e dei as costas ao enorme caranguejo feliz de simpatia que via adiado o seu fado mais um dia.

não pode teu irmão desbravar paragens de invídia sem o corpo farto, a alma reforçada e expiação quanta necessária para merecer o perdão de cada queda. fica com deus, que entendes melhor o que é daqui e enquadras a cada contacto com a fé, a minha má sorte.

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