quarta-feira, 30 de junho de 2010

saudade



diz a essas gaivotas que choro por não estar perto delas
diz-lhes que são tão mais livres que eu
diz-lhes ainda que um dia ganharei asas
então conhecerei o que ora busco:
o gaia sob mim, longe e distorcida.

diz a essas gaivotas que choro no regaço de quem as ampara
diz-lhes que não falta tanto para me acolherem no seu bando
diz-lhes ainda que sou feliz por saber delas
então esquecerei o que ora me pesa:
o gaia sobre mim, longe e distorcida.

diz a essas gaivotas que levem a minha saudade,
aos teus olhos verdes de ria, de mar, de mim.

[muito agradeço a foto cedida pelo incógnito amigo de inês]

2 comentários:

Fer disse...

Li e reli

Gostei !!!

Idalina Dionísio disse...

Eu li e reli e adorei.
As tuas palavras são como carícias.
Faz bem ler-te.