segunda-feira, 21 de junho de 2010

catarse


decoro que o prazer de cada teste descarado, não está na consequência mas na partilha da batalha com quem me empresta o sangue. escolhi há muito quem comigo desfere cada contra golpe ao destino; quem me lava a cara após cada derrota; quem me encosta o ombro para que, desfalecendo, recupere o fôlego; quem me estanca o sangue na ferida aberta com o sal das lágrimas que por mim abandona.

irmão, não mais brindes a essa engomadeira tola na janela, que nada apreciando além da morte, nada sabe do que abandona no sumiço horizonte que se esfuma na calçada que lhe passa no beiral. não mais és iniciático, porque te baptizo de valoroso, e como pedro lava os pés a quem o serve, estendo eu a parca luz que me guia ao teu caminho para que te seja brando; que como outrora te tratei, me tratas agora tu. e que sob nossa senhora és agora verdadeira pedra de catedral onde me repousam os joelhos; que o mapa das minhas feridas seja teu para que me lembre sempre de ser verdade contigo.

serves sem busca de proveito, as há negras buscando o proveito servem sem se querer despojar.

Sem comentários: