segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

salgados

pairando sobre gaia, volto num ápice ao globo para logo em sobressalto me lançar no que quero como esquife aquático. o acto irreflectido torna o agora adiado fim, num renascimento... torna um esquife numa imensa pia baptismal. e tudo o que está fora de mim muda, e tudo que se confina em mim se eleva. reduzindo o ego altivo, agora encharcado e salgado, procurando deus no céu quando ele se banha logo ali, saltitando nas ondas do mar. em corrida louca se perde a noção do peso do corpo, da idade que enverga na pançuda e rebolona matéria, para de imediato se arrumar os assuntos pendentes e consequente despedida... despedida de mim e de todos... e despedida de flor. mas quis deus que não fosse uma corrida de adeus, mas uma corrida de renascimento. saio das frias águas como se de minha mãe voltasse a nascer. trago no regaço mais um anjo do qual tiro a lição do momento: "estou todo molhado. quero ir para casa". gritando, faz eco do que me passa na alma... "estou todo molhado. quero ir para casa". ele sabe tanto. o momento não foi mais que um banho de mar. ele tem razão. eu preocupado com deus, apesar de ser um menino que apenas está encharcado. recalco o ego por nele já não me rever. afogou-se o tirano ego por não poder a desgraça de um anjo engalanar a minha glória, que a deus destino o papel de salvador, e a mim de peregrino. que deus proteja os quatro, que agora somos mais reflexo dele, ainda que salgados... quem foi salvo fui eu!

1 comentário:

idalina dionisio disse...

Uma atitude...
E a seguir, um sentimento grandioso interno.
Que mais querer para ser feliz?
Se só isto, te faz tão grande!